Estou em luto! Choro a morte de uma jabuticabeira. Jamais saberei o gosto de seu fruto. Jovem, perdeu o direito a vida.
Vida tão delicada, apreciada desde suas primeiras folhas!
Foi crescendo, se tornando forte. Promessa de bons frutos, de sombra fresca, de
abrigo e proteção.
Sonhos duradouros, que exigiriam cuidados e
paciência. Sonhos que foram ensinados,
estimulados e agora abortados.
Vida, sonhos que se acredita aprender na escola, mas que
num golpe ela mesma o saqueou.
De quem é a culpa?
Da afiada máquina que corta? Do
olhar distraído de quem a conduz? Do
sistema caótico que outorga poder, ao que de direito, não tem poder pra nada?
Procurando culpados, vejo quanto ficamos sentados vendo a
morte nos tragar.
Hoje, a jabuticabeira e não falamos nada; amanhã outra
vida...
Quem entra? Quem sai? Quem vê? Quem não vê? Quem pergunta?
Quem percebe? Quem responde? Quem se importa?
A JABUTICABEIRA MORREU!!!
Andrea Bergamascki
A banalização da vida é o maior sinal de que a morte se naturalizou na humanidade. Ninguém mais está preocupado com a vida, mas sim em viver o momento, sem esforço, sem preocupação com o futuro, com o próximo... Assim ceifamos plantas, matamos animais e, o mais preocupante, estamos acabando com a própria humanidade. Responsável? Esse nunca existiu e nunca existirá! Porque ele se esconde dentro de nós mesmos, porque somos negligentes, porque aceitamos calados os desmandos da autoridade desautorizada. Seguimos matando por ai, primeiro as Jabuticabeiras, depois os sonhos e por fim matamos o futuro daqueles que ainda acreditam num mundo melhor.
ResponderExcluirLindo texto!!
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